sexta-feira, 23 de setembro de 2016

[As sete cores do arco-íris] 01. Incolor

Três semanas. Esse era o tempo desde que o limite de improbabilidade da vida de Salem atingiu níveis estratosféricos. Estava dividida entre comemorar sua clara prova de responsabilidade (e força mental) de estar morando sozinha em uma casa que não era sua com seu primo mais novo ou sair correndo pelo Píer e se jogar na água, de tanto calor que sentia. Acabara de deixar Gabriel na escola, dois minutos antes de o portão fechar e agora praticamente se arrastava para a sua sina: ter que ir à escola em um dia de Verão vestindo uma calça jeans. A boca estava seca e cogitava a ideia de já estar tendo delírios quando viu um cosplay de Carmen Miranda no pátio principal, assim que chegou ao portão do Instituto.

Mas não era delírio.

Andando pelos corredores descobriu que, aparentemente, haveria uma Feira de Cultura na cidade e eles estavam participando. Que ótimo, mais um motivo para a diretora ir de sala em sala para esclarecer o óbvio. Fez careta e fingiu guardar um panfleto sobre uma palestra da Srª. Marques na mochila, logo depois amassou e jogou no lixo. Tinha uma certa "antipatia" — para não ser mais específica — pela diretora desde que, no primeiro dia, a mulher fez um escândalo por causa de um garoto que foi pego no pátio fumando maconha. Okay, fumar na escola não é legal, mas realmente precisava obrigar todo mundo a ''orar pela alma daquele perdido'' no meio da aula? Por favor. Me poupe, se poupe, nos poupe.

Pensava em sair e comprar algum lanche quando sua visão ficou escura.

 — Adivinha quem é. — a voz risonha e ao mesmo tempo baixa a fez sorrir de lado.
 — Hmm, deixa eu ver...Tito, o gato do cinema? Você estava muito gostoso naquela calça, nossa...  — ela suspirou e o garoto riu e deu um tapa no seu braço. 
 — Me poupe de seus pensamentos impuros, por favor. Até porque, sei que sou eu que sempre estou nos seus sonhos, sua ridícula. — a virou de frente pra ele e deixou um beijo em sua testa. — Mas vou adorar saber das suas fantasias comigo. 

A garota sorriu e fez um sinal para ele se aproximar, até ficar com o ouvido bem próximo de sua boca. 
 — Te imagino... — começou, com a voz baixa e tentando, apenas tentando sensualizar — Caindo de uma ponte de dez metros de altura.  — ela começou a rir e deu algumas batidinhas no ombro do melhor amigo, ouvindo seus protestos.  — Ai, ai, Dan.. Não foi dessa vez. Vem, vamos pra aula. — pulou nas costas do amigo e saíram correndo pelos corredores, como dois loucos, rindo escandalosamente, com sorrisos no rosto. 


XXXX

 — E aí, o que 'tá planejando pro fim de semana? 
 — Sem planos. 
 — O quê? Daniel sem planos pro fim de semana? — fez uma cara de assustada  — Ah, meu deus! Você é um alien tentando dominar o mundo, abduziu meu amigo. Anda, sai desse corpo que não te pertence!  — deu um tapa no rosto do garoto, que levou as mãos ao local imediatamente.
 — Ai! — reclamou com ênfase, encarando-a como se fosse louca. — E você, senhora estapeadora de pessoas indefesas? 

Ele observou-a com um sorriso brincalhão enquanto ela fazia um gesto indicando desdém.

— Você me conhece. Só vou fazer uma maratona de séries e comer gordices. — eles riram — Não, sério agora. Vai começar um Festival de meio de Verão e eu quero muito ir. — gesticulou prendendo o cabelo. Bufou, sentindo os fios castanhos se soltarem. Um calor daquele e seu cabelo não queria cooperar. 

Ambos estavam no refeitório, esperando seus outros amigos chegarem. Já estavam combinando de fazer uma macumba da boa para a Diretora liberar os alunos. Porque, como se os deuses do Olimpo quisessem brincar com eles, o ar condicionado do refeitório e de várias salas de aula tinha pifado. 

 — Absurdo. Quando tá frio, esses putos deixam a sala tão fria que dá para congelar os dedos e agora que eu estou prestes a fazer uma fusão de estado, essa droga não funciona. 

Daniel reclamava, tirando uma folha de seu caderno sob o olhar confuso da garota com as sobrancelhas arqueadas. Em menos de dois minutos, ele já se abanava com um leque de papel, alternando entre ele e a amiga folgada.

 — Oi, pessoas.
 — Até que enfim, eu e Daniel já estávamos indo pegar a galinha preta. — os amigos riram com o exagero da garota e colocaram os lanches em cima da mesa. Salem puxou vagarosamente uma garrafinha de iogurte para perto dela. 
— Não vai agradecer? 
— Agradecer o quê? Foi uma troca, florzinha. Eu guardei seus lugares. — sorriu e eles reviraram os olhos, com sorrisos de lado. 
— Por que Daniel está te abanando? — o sotaque mineiro fez todos olharem. 
— É um favor que ele está fazendo para sua rainha, não é, Dan?  — sorriu afetadamente e todos ao redor da mesa riram. Qualquer um de fora do grupo pensaria que é muito engraçado estando com eles, mas é só que eles riem de qualquer coisa, mesmo. Salem tirou os pés da mesa e sentou direito na cadeira.  — Mas gente, sério, aposto que aquela naja da diretora tá lá na sala dela bebendo refrigerante e aproveitando o ar fresco. 

Olivia lançou um sorriso maldoso para Salem. Todos já estavam acostumados a ouvir as teorias dela sobre a diretora. Era bem possível que fossem verdade, afinal. Na opinião da mais nova do grupo, a senhorita Marques poderia ser uma política facilmente. Por conta do tamanho das mesas na Cantina, o barulho era muito e a mesa dos amigos de Olivia era uma das mais barulhentas.



XXXX

Dizer que Salem não gostava de estudar seria um eufemismo. Primeiro porque era de Humanas, em um mundo em que prevalece as Exatas, e que Humanas são consideradas matérias inúteis; segundo porque tudo parecia mais interessante do que o que o professor explicava no quadro, até a mariposa se queimando na lâmpada; terceiro porque, bom, quase todas as turmas em que ela já estudou até hoje foram consideradas as piores das escolas. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, claro.

Mas tinha algumas matérias que salvavam. As únicas que prestavam, em sua opinião. No caso, Filosofia e Artes. A segunda sendo a que ela está agora. Quem vê assim, quietinha nos fundos, desenhando com o rosto focado na folha e alheia a bolinhas de papel e empurra-empurra de carteiras, nem pensa que não aguenta ficar dez minutos com a bunda na cadeira. Essa aula era, de longe, sua favorita. Não tinha que decorar nada, não tinha que esbanjar palavras desconhecidas e mirabolantes que nem ela sabia o significado, só pra parecer intelectual e agradar o professor, não tinha que pedir ou dar cola para ninguém, mas, acima de tudo, ninguém julgava o que ela fazia. Se quisesse desenhar de cabeça para baixo na cadeira, podia. Para o professor, desde que ajudasse nas atividades, tudo era válido. Ninguém podia dizer que estava errada, porque afinal, não tinha nada para errar. E por mais que a grande maioria dos alunos achassem Artes uma perda de tempo, uma matéria perfeita para matar aula, ou fazer bagunça à vontade porque o professor era "de boa", por mais que a sala toda estivesse um caos, cheia de papéis no chão, cadeiras arrastadas por todo lado e até respingos de tinta na parede, ela nunca sentiu tanta paz.

Matheus, o professor de Artes, gostava dos desenhos de Salem. Não sabia descrever ao certo, mas todos os seus trabalhos tinham um humor satírico, quase podia enxergar o típico sorriso de canto dela em cada um deles. Ela tinha uma coisa Banksy que ele adorava, e esperava ansiosamente pela surpresa que ela deixaria em cima de sua mesa no fim da aula, a classe vazia. Não se importava que ela sempre fosse a última a sair, usando até os últimos minutos da aula. Dessa vez não foi diferente. A indignação de Daniel ter conseguido fazer um coque em seu cabelo quando ela mesma não conseguia tinha passado, agora os fios pendiam do alto da cabeça e o cabelo estava quase solto, mas não daria o braço a torcer. Então colocou todo o material espalhado na mesa com cuidado na mochila e andou devagar até a mesa do professor, que a aguardava sentado emcima da mesa, os braços cruzados e um sorriso entre a barba grande. Por um momento ela imaginou que, quando tivesse uma filha, poderia guardar balas ali e fazer pra ela uma surpresa, fazendo-as aparecer como um truque de mágica. Sorriu internamente, então fez uma careta, não sabendo de onde aquele pensamento tinha surgido. 

— O que tem para mim hoje? — brincou com sua voz grave e suave ao mesmo tempo. Salem gostava dessa combinação, gostava da voz dele. Então ela deu sorriso, quase um de Mona Lisa dos tempos contemporâneos. 
— Ah, nada demais. Só uma lavagem. — deu de ombros e suas pupilas dilataram. Ele franziu as sobrancelhas e ela entregou em suas mãos o desenho, com o verso em branco aparecendo e andou de costas. 
— Que tipo de lavagem? — perguntou ainda com as sobrancelhas unidas. Os olhos da garota brilharam e o sorriso se alargou. 
— Aí, você que decide, bebê. — girou nos calcanhares depois de uma piscada e soltou um riso pela cara do professor, e por saber, por sentir, que ele acompanhava seus passos com a mesma expressão confusa. 

Então o homem de boina passou a língua pelos lábios, soltou um riso fraco pelas gracinhas da aluna, que adorava fazer um mistério e virou o desenho. Um sorriso timidamente ganhou espaço em suas bochechas, ele balançou a cabeça negativamente. O fundo era branco, no centro tinha uma banheira com os contornos feitos com carvão, que ele não fazia ideia de onde ela tinha tirado, assim como as sombras da mesma. Dentro, estava uma pessoa sentada com uma cabeça de televisão, com erro de sinal, listrada de azul, verde, vermelho, roxo, rosa, laranja e amarelo, todas bem vivas. No chão, do lado da banheira, havia uma poça de "falta de sinal'', com as mesmas cores da tv. 

 x x x x 

 — Sangue de Lady Gaga tem poder, esse andar nunca chega? 
 — Quinto. É aqui. 
 — Graças a Zeus. — a garota tombou a cabeça pra trás, quase sem voz. Daniel revirou os olhos. TÃO exagerada. 
 — Se você não fosse tão sedentária, não estaria reclamando.
 — Ah tá, falou a Daniele Hypólito.
 — Pelo menos eu não fico todo morrendo. Sério, você devia fazer uns exercícios pra aumentar a bunda. — riu e passou a mão na bunda dela. 
 — Sarrar na minha bunda pode, mas ajudar com esse peso aqui que é bom ninguém quer né? — ele riu e fez um gesto indicando que sua mochila já estava suficientemente pesada. A garota bufou.  — Sério, você tinha que me arrastar pra cá? Não podia vir sozinho? 
 — Poder eu podia, mas quase não passamos tempo juntos, você tá me trocando, né. 
 — É o que? Bata na sua cara antes que eu bata, Rupaul da 25 de Março. Você sabe que eu te adoro, e nem vem com drama tá, porque você tá direto lá na minha casa. Eles não deixam eu levar qualquer um pra lá. 
 — Só porque seus pais pensam que a gente se pega. E que vamos nos casar no futuro ou sei lá.  — ela riu. 
 — É, mas somos dois vagabundos. Se a gente se casar um dia, vamos morar debaixo da ponte. 
 — Ceerto, vamos lá. Apartamento 59.. É ali. Bora. — fez um sinal e começou a andar.
 — Bem fácil pra você falar, né? — atravessaram o corredor e pararam na frente de uma porta. Ele revira os olhos. 
 — Para de reclamar, tu já me meteu em coisas muito piores. — a morena lhe mostrou a língua, ele sorriu com as mãos nos bolsos. — Quem dá lingua pede beijo. — É a vez dela de revirar os seus, dando um sorriso debochado. 
 — É, se eu tivesse um pênis isso poderia ser válido. — Ele ri alto e balança a cabeça negativamente. 

Daniel tocou a campainha e, quando ela abriu, um homem apareceu com um gorro de chef de cozinha. A sobrancelha do garoto subiu como se quisesse alcançar o couro cabeludo. Salem revirou os olhos vendo os dois conversarem, deu alguns passos pra trás e se pôs a olhar em volta. Me recuso a ver esses dois fazendo a dança do acasalamento. O prédio era bem neutro e sem nenhuma decoração. Um desperdício, observara. O corredor não era nem muito estreito, nem muito largo e as oito portas eram brancas, cada uma com seu número em dourado. Na verdade, chamar de "prédio" era meio eufemismo, porque era mais como um grupo de apartamentos juntos. Como um prédio, só que na horizontal. Já que, na cidade, prédios eram proibidos. Mas as malditas escadas ninguém proíbe, a garota pensa, como diz o melhor amigo, "dando uma de sedentária". 

Equilibrando os vários livros que pegou na biblioteca, que teria que ler pra aula de Literatura e sua pasta de desenhos absurdamente cheia, tentou coçar o nariz, já que o bendito, entre todas as horas do dia, resolvera começar a coçar justo naquele momento. A vida deve 'tá fazendo um jogo comigo, porque não tô entendendo. Os movimentos que a garota fazia pareceriam estranhos aos dois, mas eles estavam ocupados demais sorrindo e dizendo coisas como "não sei como isso foi acontecer" e toda a enrolação, Salem fazia uma careta pra eles, sem que vissem. Tinha que ser macho bonito, ainda por cima. Devo ter sambado de salto quinze e cantado '''vem, vem, vem... pra ser feliz'' no batizado de Jesus Cristo pra merecer isso. Ah, que alívio, sorriu, finalmente alcançando o ponto que coçava. Sua pasta de desenhos escorregou do braço e os desenhos dançaram no ar antes de se espalhar pelo corredor. É você, né, Zeus? Eu lá tenho cara de stand-up? Ah, vai lavar a casa da cachorra, né meu! Bufou, vendo que acabara de encontrar seu propósito de vida: o motivo de seu nascimento provavelmente era uma forma do Olimpo se divertir. Abaixou no chão e começou a catar os desenhos. Em meio a suas reclamações mentais, conseguiu distinguir as risadas dos outros dois e o cara, que tinha cabelos loiros escuro e parecia ser uns quatro anos mais velho que Daniel, o convidando para entrar. Deu de ombros internamente. Nem ligo de ser empata-foda. 

— Daniel, demônio, me ajuda aqui!  — falou alto, antes que o garoto pudesse responder ao mais velho. O garoto sorriu revirando os olhos e se despediu, o cara fechou a porta. Impressionante como parecia ignorar a presença de Salem, como se ela nem existisse ali, ao menos disse um "tchau" para ela. Sentiu um calafrio percorrer o corpo todo de repente, e por milésimos de segundo prendeu a respiração. Uma sensação estranha se alastrando como fogo em posto de gasolina. O loiro se aproxima da amiga, ajudando a pegar os desenhos.

— Que conveniente, Sally. — ele ri — Ficou com ciúme, é? 
— Ciúme? De você? Tenho mais ciúme do meu cacto. 

Se levantou, tendo pegado todos os desenhos e colocou-os de volta na pasta. Tirana, sussurrou para ela e Daniel sorriu de lado com sua melhor amiga louca que falava com objetos. A menina murmurou um "vamos, ainda tenho que pegar o Gabriel na escola" e os dois desceram as escadas, dessa vez mais rápido, já que a descida era bem mais fácil, embora as pernas da garota estivessem prestes a se transformar em gelatina. Não sabia se estava com mais raiva e angústia de Daniel ter largado ela pelo primeiro macho que apareceu na frente, ou por esse mesmo macho ter ignorado sua existência. Não que ela quisesse ser desejada por todo ser humano com um pênis do mundo, mas custava ter dito pelo menos tchau? Porque entre aquarelas e tintas guache, Salem aceitava qualquer coisa, sabe, qualquer coisa mesmo, menos ser incolor. 

Quando chegaram à portaria do "prédio'', Salem já ia seguindo seu caminho, oposto ao do ex-melhor amigo — decidira naquele momento que ele estava demitido daquele posto — quando ele a puxou pelo braço até ele observar o rosto inexpressivo da garota a centímetros do seu. Isso o fez tentar, falhamente, esconder um sorriso. Podia ver as pupilas contraídas faiscarem em sua direção, mas ela mantinha o olhar de quase tédio no rosto. Conhecia ela bem demais para cair no seu truque de guardar a raiva dentro de si e fingir que estava de boa, o loiro sabia que, por dentro, ela estava flamejando de raiva. Ou algo bem próximo disso. 

 — Aqui, me entregaram isso hoje.  — o garoto disse baixo, tirando do além um envelope grande pardo  — Disseram que você esqueceu na sala de fotografia. — a garota franziu as sobrancelhas e pegou o envelope, não sabendo exatamente o que dizer agora que não eram mais melhores amigos. Mesmo que ele ainda não soubesse disso. 

 — É só isso?  — falou, com a voz mais baixa e grossa do que o habitual. Se restava alguma dúvida de que ela não estava "de boa" como parecia, essa dúvida tinha sido respondida. 

 — Não.  — ele disse, simplista e ela arqueou uma das sobrancelhas, esperando o que mais ele tinha pra dizer. O maior envolveu o corpo de Salem quase inteiro com os braços, apertando-a em um abraço de urso. Ele sorriu com o queixo apoiado no topo de sua cabeça. Sabia que ela não resistia a seus abraços de urso. Nunca resistia. Por isso seu sorriso e, vamos ser sinceros, um pouco do seu ego aumentaram quando sentiu os braços finos escorregando por sua cintura até entrelaçar os dedos nas costas dele. Balançou a cabeça negativamente e deixou um beijo no topo da cabeça da garota. Como disse mentalmente mais cedo, tão exagerada. O olhar dela se suavizou, embora ainda estivesse um pouco em choque. O desgraçado sempre sabia quando ela fingia que estava tudo bem quando na real queria arrancar os cabelos da calopsita que chamava de amigo. E ela queria socá-lo por isso. Mas, no momento, podia sorrir bobamente pelo abraço sem que ele visse. 

 — Ainda tô brava com você. — falou, o que fez o outro sorrir revirando as órbitas  — Tá bom, me larga, tá calor demais pra abraço. — empurrou o amigo, este que ria pelas alterações de humor súbitas dela. O maior agarrou seu queixo entre o polegar e o indicador e puxou seu rosto calmamente, unindo seus lábios aos dela por alguns segundos. 

— Eu te amo, smurf demoníaco. 

— Tá me beijando mas tá pensando mesmo é no crush, seu safado. — Daniel riu — Aliás, só está me beijando porque não rolou com o boy do quinto andar. — cruzou os braços com um bico que o mais velho julgou muito fofo — É só isso que sou pra você, não é? Uma segunda opção, um corpo pra você usar quando não consegue o que quer. Mas não vou estar pra sempre aqui, Daniel! Não vou mesmo! E quando você perceber que sou a mulher certa pra você, já estarei bem longe, rica e morando em Milão, com cinco caras italianos trabalhando de escravos sexuais para mim! — revirou os olhos com o drama da amiga e soltou um riso pelas viagens dela. Arqueou, por fim, a sobrancelha, com os braços cruzados. 

— Já acabou, Jéssica? — seu típico sorriso zombeteiro dançava em seus lábios. Ela o fuzilou. Deu alguns passos pra frente e o puxou pela gola do casaco, dando um beijo rápido nos lábios carnudos e mordendo de leve. — Te amo, peste. — disse, com o pensamento de terem voltado a ser melhores amigos, e deu as costas, deixando um Daniel estático com um sorrisinho nos lábios no mesmo lugar e se lembrou do envelope junto com a pasta de desenhos em uma das mãos. 

Estranho, pensou, os olhos semi-cerrados para o envelope enquanto andava, e a sensação de estranheza aumentava a cada passo, não lembrava de ter fotografias suas faltando. 

4 comentários:

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    1. HMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM ADOREI. QUERO MAIS, MUITO MAIS! Me senti lendo um livro de uma autora super renomada famosa e popular. ~recebi ai.~ Querida não demora par postar o próximo que eu posto o meu também (você não vai entender). ADOREI

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  2. Eu ameeeeeeeeeeeeeeei ler, já espero por mais, continue. Me pareceu fanfic, livro criativo, não sei como descrever mas amei ler tudo.
    http://m-onologo.blogspot.com.br/

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  3. Olá,Sun! Como vai minha flor? Respondendo seu comentário lá no meu blog : Claro que podemos ser amigos ♥ Me super identifiquei com você! Você é um amor de pessoa! Eu amei ler essa fanfic. Algumas frases da rainha Inês Brasil dfnjgdfsh. Uma coisa que ri muito foi na parte do Sangue de Lady Gaga tem poder afjkasdgb. Espero em breve a continuação!
    Beijo!
    • reckless •

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